5/5 Adriana C. 4 years ago on Google
A
Igreja
barroca
da
Misericórdia
conseguiu
na
sua
variante
joanina,
que
mais
não
é
do
que
uma
forma
de
decoração
rócócó,
furtar-se
à
inquietação
e
ao
peso
tradicional
das
fachadas
desta
arte.
A
pureza,
a
elegância
e
a
harmonia
das
proporções
desta
fachada
marcam
as
suas
principais
características.
A
Misericórdia
da
Guarda
serviu
de
exemplo
a
algumas
réplicas
modestas
na
região.
Adorna
a
fachada
da
Misericórdia
um
frontão
com
arquitrave,
friso
e
cornija,
encimado
por
um
cruzeiro.
O
frontão
é
ladeado
por
duas
torres
sineiras,
rematadas
por
cúpulas
piramidais,
sobrepostas,
de
base
quadrangular,
sobre
as
quais
assentam
duas
cruzes-catavento
em
ferro.
Os
muros
da
fachada
e
das
torres
caiados,
ao
gosto
do
séc.
XVIII,
com
excepção
dos
cunhais
e
dos
elementos
decorativos,
que
sobressaiam
em
relevo,
mostrando
a
cantaria.
O
portal
é
ladeado
por
pilastras
quadrangulares,
encimadas
por
capiteis
com
um
misto
de
coríntio
e
jónico
num
arranjo
compósito.
Sobre
estes,
levanta-se
um
frontão
partido,
onde
assenta,
como
fecho,
um
arco
conopial.
A
porta
de
entrada
é
de
arco
abatido
e
sobre
este
destaca-se
o
escudo
com
as
armas
de
D.
João
V.
Na
fachada
há
ainda
duas
janelas
de
avental
e
uma
hornacina
ou
baldaquino
exterior,
assente
sobre
duas
colunas,
onde
se
vê
uma
escultura,
em
jaspe,
da
Virgem
da
Misericórdia.
Nas
torres
sineiras
existem
janelas
e
postigos
de
avental
e
óculos.
As
ventanas
são
de
arco
de
volta
inteira.
Os
cubelos
das
torres,
no
remate
das
cúpulas,
são
encimados
por
uma
galeria
com
balaústres.
Nos
cantos
vêem-se
fogaréus.
O
interior
desta
igreja
é
monovánico,
com
cobertura
de
madeira
(meio
canhão).
O
coro
assenta
sobre
um
arco
abatido,
muito
bem
calculado,
longo
e
elegante.
Os
altares
e
púlpitos
são
barrocos.
As
galerias
laterais,
em
que
se
prolonga
o
coro,
fazem-nos
pensar
numa
influência
jesuíta.
Na
parte
exterior
da
capela-mor
há
um
cruzeiro
ladeado
por
dois
fogaréus.
A
concepção
deste
templo
é
genuinamente
barroca
e
pode
considerar-se
como
um
dos
mais
belos
monumentos
da
época
de
D.
João
V.
Desconhecemos
o
autor
do
projecto.
Esta
Igreja
influenciou
a
construção
de
vários
templos
barrocos
da
diocese,
especialmente
as
igrejas
da
Mesquitela
e
da
Carrapichana
(Celorico
da
Beira).